
Cabo Verde desafios para o desenvolvimento
Dependência do Turismo e da Remessas Diaspora
Forte Dependência de Dois Pilares Econômicos Principais: Turismo e Remessas da Diáspora
Cabo Verde, como um pequeno país de ilhas, enfrenta desafios grandes no desenvolvimento, agravados pela forte dependência de dois pilares econômicos chave: o turismo e as remessas enviadas pela diáspora. Essa estrutura é essencial para o país sobreviver, mas deixa a nação bem exposta a problemas de fora, como crises globais. Vamos ver isso de forma clara, com números recentes (até 2025), para entender como esses pilares impulsionam – e limitam – a economia.
Quanto o Turismo Contribui para o PIB?
Em 2023, o turismo, incluindo tudo o que está ligado a ele – como hotéis, restaurantes, fornecedores locais e os gastos dos trabalhadores do setor – gerou cerca de 25% de todo o PIB de Cabo Verde. Isso significa algo entre 1,5 e 2 bilhões de euros. Para 2024, a previsão é que essa fatia se mantenha entre 24% e 25%, ajudando o PIB a crescer de 4,7% a 4,8%. Se olharmos só para as partes mais diretas do turismo, como hotéis, agências de viagem e aviões, a contribuição foi de 16% a 18% do PIB em 2023 – uma recuperação dos 24% de 2019, antes da pandemia. Para 2024, espera-se cerca de 17%, com foco nas ilhas do Sal e da Boa Vista.
Outros pontos importantes sobre o turismo: Em 2023, ele ajudou o país a ganhar mais dinheiro com serviços do que gastou, criando um superávit positivo nas finanças – graças a um aumento de 20% nas vendas de serviços, principalmente turismo. O setor emprega cerca de 10% das pessoas com empregos formais e é o que mais atrai investimentos de outros países. O World Travel & Tourism Council (WTTC) prevê que, até 2034, a contribuição total do turismo chegue a 30% do PIB, com ênfase na "economia azul", que une turismo respeitoso com o ambiente à pesca sustentável.
Como as Remessas da Diáspora Impulsionam a Economia de Cabo Verde?
O dinheiro enviado pela diáspora é uma ajuda enorme para as famílias e para a economia toda. Ele representa cerca de 12% do PIB do país a cada ano, sendo fundamental para os gastos do dia a dia e para manter o equilíbrio, já que as exportações não são muito fortes. Vamos ver os números mais recentes de forma simples, em dólares americanos – dados de 2023 e 2024, os mais atualizados até o final de 2025, com níveis parecidos esperados para 2025.
Em 2023, as remessas totalizaram 316 milhões de dólares, o que foi 12,2% do PIB – adicionando cerca de 310 milhões de dólares a uma economia de 2,53 bilhões de dólares no total. Isso representou um crescimento de 6% em relação a 2022 e é a principal fonte de moeda estrangeira, além do turismo. Já em 2024, o valor subiu para 336 milhões de dólares, ou 12,1% do PIB, contribuindo com cerca de 335 milhões de dólares para um total de 2,77 bilhões de dólares. O aumento foi de 6,3%, ajudando a pagar necessidades familiares e a reduzir a pobreza.
Um pouco mais de contexto: A economia de Cabo Verde gira em torno de 2,5 a 2,8 bilhões de dólares por ano. As remessas vêm principalmente de emigrantes em Portugal, EUA e Itália, superando as exportações em entrada de dinheiro e representando cerca de 1 em cada 5 fundos recebidos no total. A tendência é positiva: Em 2022, era 13,5% do PIB, mas caiu um pouco com o boom do turismo. Ainda assim, o valor em dólares continua subindo, o que é uma boa notícia para a estabilidade.
Efeitos da Dependência: Riscos para a Economia
Confiar demais no turismo e nas remessas cria problemas que aumentam a vulnerabilidade do país. Vamos ver os principais efeitos de forma direta.
O primeiro é a forte exposição a choques externos. Essa dependência torna a economia de Cabo Verde muito sensível a crises mundiais, como pandemias, recessões nos países onde vive a diáspora ou até conflitos internacionais. As receitas do turismo podem cair rápido com restrições de viagem ou menos turistas, enquanto as remessas diminuem se os emigrantes perdem empregos ou têm menos para poupar. Isso pode bater forte no dia a dia do país.
Outro efeito é a economia cíclica e volátil. As flutuações no mundo ou na região se refletem direto na economia cabo-verdiana. Quando o turismo vai bem e os mercados de trabalho da diáspora estão estáveis, o crescimento explode. Mas qualquer reversão leva a quedas fortes no PIB. Essa montanha-russa complica o planejamento de longo prazo e as políticas de desenvolvimento consistentes.
Por fim, há o risco de colapso em crises globais. O ano de 2020, com a pandemia de COVID-19, mostrou isso na prática: O turismo parou quase todo, e a incerteza mundial atingiu Cabo Verde em cheio, revelando como um modelo tão concentrado é frágil. Sem diversificação e ferramentas de resistência adequadas, o país corre o risco de um baque econômico sério em futuras crises grandes. Para investidores, isso é um alerta: Apostar em setores como agricultura sustentável pode ajudar a equilibrar as coisas e criar mais segurança.