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Cabo Verde Estrutura Económica Histórica e Transições

 Estrutura Económica Histórica e Transições


 Contexto Histórico

Desde a independência em 1975, Cabo Verde enfrentou desafios significativos devido à sua geografia insular, escassez de recursos naturais e vulnerabilidade a fenómenos climáticos adversos. Inicialmente, o país adotou um modelo económico socialista, com forte intervenção estatal e planeamento centralizado, inspirado no modelo de desenvolvimento da Guiné-Bissau, liderado por Amílcar Cabral.


Fase de Planeamento Centralizado (1975–1990)

Durante as primeiras décadas pós-independência, o Estado cabo-verdiano assumiu um papel central na economia, promovendo políticas de industrialização por substituição de importações e investimentos em infraestruturas básicas. No entanto, a falta de recursos e a dependência de ajudas externas limitaram o sucesso desse modelo.


Liberalização e Reformas Estruturais (1990–2000)

A partir dos anos 1990, Cabo Verde iniciou um processo de liberalização económica, com reformas orientadas para o mercado, incluindo a privatização de empresas estatais, a abertura ao comércio internacional e a adoção de políticas fiscais mais flexíveis. Este período marcou uma transição para uma economia mais orientada para o setor privado e para o mercado global.


Transição para uma Economia de Serviços (2000–2010)

Nas décadas seguintes, Cabo Verde experimentou uma transformação significativa em sua estrutura económica, com o setor de serviços, especialmente o turismo, ganhando destaque. O país investiu em infraestruturas turísticas, como resorts e aeroportos, e promoveu o arquipélago como destino turístico internacional.


Crescimento e Desafios (2010–2020)

Antes da pandemia, Cabo Verde registava taxas de crescimento económico relativamente elevadas, impulsionadas pelo turismo, remessas de emigrantes e investimentos em infraestruturas. No entanto, a economia continuava vulnerável a choques externos, como crises económicas globais e fenómenos climáticos adversos.


Impacto da Pandemia de COVID-19 (2020–2021)

A pandemia teve um impacto devastador na economia cabo-verdiana, com uma redução significativa no número de turistas e uma desaceleração geral da atividade económica. O PIB contraiu-se em 14,8% em 2020, e o país enfrentou desafios fiscais e sociais significativos.


Recuperação e Perspectivas Futuras (2022–2024)

Em 2024, a economia de Cabo Verde começou a mostrar sinais de recuperação, com um crescimento estimado de 7,8%, impulsionado pelo reforço da atividade turística e pela recuperação gradual da atividade agrícola após anos de seca. As exportações de serviços e o consumo privado continuaram a ser os principais fatores de crescimento, e a pobreza foi reduzida para 14,4% em 2024.