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Cabo verde Vulnerabilidade Climática

Vulnerabilidade Climática de Cabo Verde:  Fatos e Números


Cabo Verde, um arquipélago de 10 ilhas vulcânicas na costa oeste da África, é altamente vulnerável às mudanças climáticas devido ao seu clima semiárido, recursos hídricos limitados, pequena área territorial (cerca de 4.033 km²) e dependência de agricultura de sequeiro, turismo e importação de mais de 80% dos alimentos. 

Sua localização isolada e baixa capacidade de adaptação — classificado como o 88º mais vulnerável entre 182 países no Índice ND-GAIN de 2021, e 76º em prontidão para adaptação — intensificam os riscos. 

Cerca de um terço da população (aproximadamente 600.000 pessoas) está exposta a eventos climáticos extremos, como secas e inundações. Abaixo, amplio os pontos mencionados, incorporando dados recentes até 2025, e adiciono ameaças como a elevação do nível do mar.


Secas Prolongadas: Impactos na Agricultura e Segurança Hídrica


A economia de Cabo Verde é sensível à escassez de água, com a agricultura empregando cerca de 20% da força de trabalho, mas contribuindo com apenas 10% do PIB devido à aridez crônica. As ilhas recebem apenas 100-300 mm de chuva anual, concentrada em curtos períodos entre agosto e outubro, tornando-as propensas a secas de vários anos que esgotam reservatórios, reduzem colheitas e aumentam a insegurança alimentar.

Tendências Históricas e Recentes: 

O período de seca de 2017-2021 mencionado foi parte de sete anos consecutivos de seca (2017-2023), causando uma queda de 40-60% na produção agrícola em áreas rurais. Isso agravou a pobreza, com a renda de famílias rurais caindo até 50% em regiões afetadas, levando à migração para centros urbanos como Praia. Em 2024, 12,2% das famílias relataram impactos diretos das secas, o segundo maior impacto depois da névoa seca (17,1%).

Tempestade Tropical Erin em Cabo Verde em 2025


As inundações mais recentes em Cabo Verde ocorreram em agosto de 2025, desencadeadas por chuvas torrenciais associadas à Tempestade Tropical Erin (inicialmente designada como Invest 97L). Esses eventos extremos afetaram principalmente as ilhas de São Vicente e Santo Antão, no norte do arquipélago, causando mortes, deslocamentos em massa e danos significativos à infraestrutura. Como o arquipélago é semiárido, com precipitação anual média de apenas 116 mm em São Vicente, essas chuvas excepcionais — equivalentes a mais de um ano de chuva em poucas horas — foram catastróficas. Abaixo, resumo os fatos principais baseados em relatórios atualizados até o final de agosto de 2025.


Data e Intensidade

As chuvas intensas começaram na noite de 10-11 de agosto de 2025, com pico entre meia-noite e 5h da manhã (hora local). Em São Vicente, registrou-se 192,3 mm de precipitação em apenas 5 horas — mais de 1,6 vez a média anual da ilha. A Tempestade Tropical Erin, localizada a cerca de 455 km a noroeste de Cabo Verde, contribuiu com bandas de chuva externas que sobrecarregaram o sistema de drenagem frágil.

Áreas Afetadas

São Vicente foi o epicentro, com inundações repentinas (flash floods) que transformaram ruas em torrentes, desencadearam deslizamentos de terra e danificaram bairros urbanos inteiros. Santo Antão também sofreu impactos severos, com estradas cortadas e comunidades isoladas.


Impactos Humanos e Materiais

Vítimas : Pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo 4 crianças, com 5 ainda desaparecidas (dados atualizados em 29 de agosto pela IFRC). Inicialmente, o número de mortes foi reportado como 8 ou 9, mas aumentou com a recuperação de corpos.

Deslocados e Afetado: : Mais de 1.500 pessoas foram deslocadas em São Vicente, e cerca de 119.000 (aproximadamente 20% da população total de Cabo Verde) sofreram impactos indiretos, como perda de acesso a água potável, alimentos e saúde. Mais de 5.500 famílias tiveram casas destruídas ou gravemente danificadas.

Danos à Infraestrutura: Sistemas de água central colapsaram, deixando milhares sem água segura e aumentando riscos de doenças como meningite. Estradas principais foram destruídas, incluindo a ligação ao Aeroporto Internacional Cesária Évora (que permaneceu operacional, mas com acessos limitados). Hospitais e escolas foram inundados; veículos, pontes e redes elétricas sofreram avarias extensas, com perdas estimadas em dezenas de milhões de dólares.

Contexto Econômico e de Adaptação


Os impactos climáticos podem reduzir o crescimento anual do PIB em 2-4% até 2030 sem medidas, afetando a agricultura (queda de 10-20% na produtividade) e o turismo (perda de praias reduzindo visitantes em 15%). O Banco Mundial estima que US$ 140 milhões anuais (cerca de 5% do PIB) de 2024 a 2030 são necessários para infraestrutura resiliente, como usinas de dessalinização e barreiras contra inundações. O Plano Nacional de Adaptação de Cabo Verde inclui energia renovável (meta de 50% até 2030) e sistemas de alerta precoce, com apoio da ONU e da UE.

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